sexta-feira, 19 de março de 2010

Sinopse Carnaval 2010

"Inventar pra que? Se eu já sei o que fazer"

JUSTIFICATIVA:
Diga-me você, onde foi parar a originalidade? É tudo a se repetir, copiar, imitar que se torna a cada dia mais legítimo reafirmar o que dizia o grande comunicador: "...nada se cria, tudo se copia".
E no embalo da cópia e da imitação, não esquecendo a sátira, o bom humor e até mesmo a provocação, a Sei Lá vem agora apresentar o seu enredo em festa, buscando carnavalizar tudo o que foi, é ou será copiado e adaptado sem medo de comparação, pois afinal: Inventar pra que se eu já sei o que fazer?!

SINOPSE:
Conta a história que no 6º dia da criação o Criador, o que criou o céu, a terra, os animais de todas as espécies, o dia, a noite fez sua mais perfeita obra: uma cópia de si mesmo, o homem. E se a perfeição é copiar, então toda forma de reprodução está alicerçada na maior história contada até hoje na humanidade. Teria sido preguiça ou cansaço depois de tantos dias criando todas as coisas que hoje vemos e sabemos existir? O fato é que sendo o homem uma cópia perfeita, tudo o que fora criado antes dele fica entre a adaptabilidade e camuflagem numa tentativa de sobrevivência... É a natureza com sua mágica forma de copiar.

Na evolução dos tempos as obras de arte entraram na roda da cópia também. São quadros famosos, copistas habilidosos a enriquecer. Temos na cidade maravilhosa uma cópia centenária, modelo francês a embelezar nosso cenário cultural. E se esse assunto está muito cult, vamos pro popular, vem de longa data os motivos que levaram livros inteiros e outras obras escritas a serem copiadas. Os monges foram responsáveis por duplicarem coleções inteiras de livros, manuscritos, mapas, cartas e tudo que remetesse a conhecimento e transmitisse poder. Hoje, porém, não há como se copiar manualmente tudo isso, surgindo a fotocópia para ajudar. São livros inteiros, apostilas, cadernos e revistas que em poucos minutos se duplicam. Fotos que em poucos segundos transportam para o papel um momento vivido. É o passado reproduzido no presente para se ter no futuro.

Já que copiar tá permitido o lance é abusar desse recurso em suas várias interpretações, se o reflexo é nossa cópia mais autêntica o que dirá dos irmãos que nascem gêmeos idênticos? É um tal de confundir e enganar que o jeito é nas mínimas diferenças tentar descobrir quem é quem nessa dúvida familiar.
O homem insatisfeito, cansado ou apenas na sua constante ânsia de se tornar deus de si criou máquinas para satisfazerem algumas necessidades, fez robô de todos os tipos, de todas as formas que tentam ser humanos de verdade. E se o robô para alguns não deu muito certo a ciência na clonagem investiu, surge então a ovelha simpática que virou nome de refrigerante e depois morreu... A clonagem foi capaz de gerar até novela, e criando polêmicas em busca de um amor eternizado. Mas se novela é um produto do grande público tudo seu é copiado, desde roupas e acessórios até a trilha sonora que em bancas vendem no atacado.
E não só os cds são alvos da pirataria, são brinquedos, artigos multi mídia, roupas e calçados em geral. É tanta imitação, cópia e reprodução que fica difícil encontrar o original.

Caso tudo isso precise de justificação lembro da máxima do velho guerreiro: "na televisão nada se cria, tudo se copia". E nesse cassino multicor, desfilam programas iguais que só mudam de apresentadores e canal, brincadeiras idênticas, até o telejornal não é mais original. Agora, se pra você ta ruim de achar um programa novo, "roda, roda e agita, um minuto de comercial..."
Mas há quem se divirta com a cópia ou com o deboche que se faz dela. São imitadores, mímicos, palhaços do dia a dia que nos seguem como sombra com sua rosa vermelha na mão. Quem nunca se divertiu com uma paródia, uma sátira musical? E se o lance é música "será só imaginação" afirmar que o "Taj Mahal" foi uma cópia do bem?
O campo musical pode deixar essa dúvida, mas na escola o que não falta como solução é colar. Colar do caderno, na mão, do colega, de tantas formas que muitas vezes fica difícil escolher a opção.

Agora vamos direto pro carnaval, o que você vê é realmente original? Então atente os olhos e ouvidos e preste atenção.
Se uma escola é tecnicamente perfeita, a outra também passa a ser em nome do campeonato a conquistar, deixando de lado sua tradição.
A brasilidade que um dia foi a apresentação verde e amarela de um carnavalesco, há hoje os que nele buscam "inspiração". A Tupinicópolis tropicalista, marca de um artista, hoje é Aquaticópolis embasada novamente na tão citada inspiração onde se faz o jogo das mãos. E se a desculpa é a inspiração, onde andará a marca pessoal de todo artista? Já existe o mago das cores, o gênio do luxo e a grande campeã com seu estilo barroco de narrar uma história...
Mas se por acaso com a voz de um interprete você se confundir, não se preocupe, são clones a se multiplicar entoando de forma igual o samba enredo em uma estrutura pra lá de formatada onde tudo é previsível, mesmo que o tema venha a mudar.

O carnaval é algo realmente peculiar para se copiar. Se no real tudo é inspiração, no virtual é um comando de teclas que vão executar a cópia. O Ctrl C + Ctrl V estão aí para provar. Mas se isso não é o suficiente vá de Print Screen, Photoshop... É tanto comando que fica fácil originalizar uma cópia autentica.
Cuidado para não se confundir com esses comandos e colagens, mas não se assuste ainda tem os clones virtuais espalhados por espaços de bate papo, comentando com "autoridade" a arte do carnaval.
O fato é que no virtual tudo parece mais fácil de copiar, trapacear e se dizer original. Até pegar como símbolo para uma escola o mesmo de uma do mundo real, as cores... teve estrela que se juntou com a grande Diva e se apresenta neste palco virtual.

O que parece é que nada mais é ou será original. Mas a Sei Lá te mostra que ainda há solução. Pode ser que dê trabalho, mas é necessário deixar se inspirar de verdade para a criatividade se fazer presente e se materializar. Veja o exemplo dos loucos que nos seus devaneios são livres e por isso originais.
E nos inúmeros exemplos que nosso país produz: O guaraná, "original do Brasil", segue os passos das sandálias valiosas mundo a fora, fundamentando seu poder de mercado. O que dizer dos nomes peculiares, diferentes que permeiam nosso solo nacional, são junções, invenções que cada um se torna único.
E se é para ser original nominalmente, nada melhor do que nossa agremiação: é sei lá o quê de boa, de original, desde o símbolo às cores.
Ao que parece para ser original é necessário coragem e não só inspiração. Por isso a Sei Lá se reinventa, pois mesmo sabendo o que fazer quer ir à busca do novo, do duvidoso e do título neste carnaval que é real em ser virtual. Inventar é nossa sina na busca de se saber fazer o que esta arte e festa pode nos oferecer.

Dedicada à nossa Estrela Maior Dalva de Oliveira


Carnavalesco e Autor do enredo: Renato Silva
Pesquisa: Renato Silva e Anderclébio de Lima Macêdo
Sinopse: Anderclébio de Lima Macêdo

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