sexta-feira, 19 de março de 2010

Carnaval 2007 - Vem Dançar Comigo?

Vem Dançar Comigo?
Justificativa de Enredo

Morte, não é um simples ato de passar para o outro lado, deixar a todos que ama e partir para o cumprimento do seu destino... É mais que isso: é um bailar acompanhado, um verdadeiro pás-des-deux... Dar o braço para a nossa mais temida companheira e a nossa maior certeza: ela que possui vários rostos, vestimentas, e com ela vem acompanhado todos os medos, mitos...
Esses mitos foram criados desde os primórdios da humanidade, pois essa foi e ainda é uma pergunta que assombra a todos: de onde viemos e para onde vamos? Forças da natureza, principalmente os fenômenos naturais foram utilizados para tentar explicar o inexplicável: esse foi o animismo. E com a evolução dos tempos o homem e seus conhecimentos foram cada vez mais sendo aumentados, e o próprio mundo foi sendo descoberto e com esses novos horizontes foram inseridos novos conhecimentos, mas nenhum deles respondia à velha pergunta... Cada civilização tentara responder de sua forma, ou pelo menos amenizá-la, mas o que podemos ter certeza é de que a espiritualidade sempre foi um papel decisivo além de todos os interesses políticos e sociais de cada época.
E foi assim que gregos, persas, etruscos e mais tarde romanos, judeus e muçulmanos criaram suas hipóteses e suas crenças e mitos... Mitos esses muitas vezes personificados na forma de criaturas horripilantes em que mexia com o imaginário da sociedade.
Isso foi levando as religiões que conhecemos onde cada uma possui uma identidade para a morte ou uma hipótese de como é o depois da morte... Céus, Infernos, Umbrais, chamas eternas, virgens odaliscas, enfim cada qual com suas lendas.
Não se pode esquecer também dos avanços científicos querendo de forma inútil vencer a morte. Por mais que ela esteja evoluída este foi ainda é um mal que ninguém consegue curar.
Este é um tema que sem duvida a sociedade, principalmente a ocidental tem muito medo de tocar... Quantos não têm medo da morte? Mas também quantos não a comemoram de forma festiva e animada? O maior exemplo é o Dia dos Mortos no México, um verdadeiro Carnaval.
Não adianta fazer nada que dela você não escapa uma hora ela vem e te chama para dançar... Ela chega com seu jeito imperceptível e de forma irrecusável ela te chama: Vem dançar comigo?

Sinopse

Morte: O fim...
Morrer – findar, acabar...
Será? Será realmente o final de tudo?
Não. Morrer também é desembocar
É continuar...
Mas continuar o que?
Onde?
Não sabemos...
Esta é apenas uma certeza:
Vamos morrer (e só)
Sabemos que um dia ela vem
Com seus passos doces e cálidos
Seu melhor sorriso
Sua melhor roupa
De fundo aquela velha sinfonia:
Ela vem para tirar para o grande baile
Pois é... Um baile
Um baile que para os que ficam
Soam como tristeza
Mas para quem vai é um alivio
É o parar de sofrer
A certeza do final
A doçura das recordações
E nada mais...
É o grande baile de apenas dois personagens
Somente você e ela...
E muito gentilmente
Ela te tira para dançar...
Com a mais suave das vozes...
O mais doce dos perfumes...
Ela pergunta...
Vem dançar comigo?
E é aí que começa a nossa historia...
Como se responde a essa pergunta?
Quem já dançou? Como foi?...
Ninguém sabe...
Mas todos querem saber...
(mas sem dançar, é claro)...
Este é o maior segredo que existe...
Morrer – já na antiguidade quiseram responder a esta pergunta
E cada povo encontrou sua forma...
Seu alento...
Gregos, persas, árabes, etruscos...
Não se pode esquecer dos egípcios...
Onde a morte era a essência de suas vidas...
As pirâmides...
A mumificação e a ressurreição...
Oh! Grande reino de mistérios e belezas...
E o que falar das religiões...
Cada crença...
Cada mistério...
Em uma oração...
O alento dos deuses...
Em um choro...
O conforto dos que ficam
E a esperança
A luz...
A bonança...
A ciência...
O homem e sua ambição...
O sonho...
A vontade de vencer a morte...
A vontade de ser Deus...
A resposta que nunca tiveram...
Por mais que evoluam
Por mais que cresçam...
Eles nunca a conseguiram vencer...
E nada acaba
Tudo se transforma
É a transmigração da matéria...
A renovação da alma
A volta
A ressurreição
O retorno triunfal
A apoteose...
E nesse clima apoteótico
Que a Sei Lá
Vem dançando coladinho
Com ela, a mais temida...
A mais engraçada...
A mais macabra...
Nessa festa popular...
Onde tudo mundo
(até mesmo a morte)
Merece brincar o Carnaval!


Autores do Enredo: Renato Silva e João Vitor Araújo
Carnavalescos: Renato Silva e João Vitor Araújo

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